20 curiosidades sobre o apresentador Silvio Santos

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Silvio Santos é um apresentador de imenso carisma, um empreendedor nato e foi considerado uma espécie de Midas das finanças por transformar em sucesso tudo o que tocava. No entanto, ele é mais do que isso: é um ícone cultural para milhões de brasileiros, especialmente das classes mais humildes, que há mais de 50 anos assistem a seus programas e compram seus produtos. Sua trajetória é permeada de histórias fantásticas, conquistas impactantes e crises profundas. Conheça algumas curiosidades e um pouco mais da vida e da carreira deste homem fascinante.

Overview

Nome e origem

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Ao contrário do que muitos pensam, Silvio Santos é um nome artístico e não de batismo. O apresentador foi registrado como Senor Abravanel. Seu prenome é uma variação de Señor. Segundo ele, essa foi a forma encontrada por seus pais para lhe dar um nome de distinção, como um título honorífico. Seu nascimento ocorreu em 12 de dezembro de 1930, filho de imigrantes judeus (o pai era grego e a mãe, turca), mas a origem da família remonta a Portugal e Espanha.

Trabalhando como camelô

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Desde muito jovem, Silvio Santos já se mostrava habilidoso na arte da comunicação e também se revelou um comerciante de mão cheia. Aos 14 anos, começou a trabalhar como camelô para ajudar no orçamento doméstico e também para financiar seus estudos. Como não tinha licença da prefeitura para o trabalho, o jovem se aproveitava do período em que o guarda da região saía para almoçar. Ele atuava no centro do Rio de Janeiro, especialmente entre a avenida Rio Branco e a rua Sete de Setembro.

Tino comercial apurado

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Uma das principais habilidades do jovem Abravanel na hora de vender seus produtos era um aguçado senso de oportunidade. Um bom exemplo está no primeiro produto que passou a vender como camelô: capinhas de plástico para guardar títulos de eleitor. O ano era 1945 e o País viva um período de redemocratização, após 15 anos sob o governo de Getúlio Vargas. Com a volta das eleições diretas, as capinhas passaram a ser muito procuradas e foram um sucesso de vendas. O camelô iniciante também se valia de outros truques, como números de mágica para vender canetas.

Nas barcas, uma ideia de gênio

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Ainda jovem Senor Abravanel tinha o hábito de pegar as barcas que ligam o Rio de Janeiro a Niterói. Era uma viagem demorada e tediosa, que fez com que o jovem vendedor tivesse uma ideia genial: por que não criar um sistema de entretenimento para os passageiros? Foi então que ele inaugurou um serviço de alto-falante, com músicas para distrair as pessoas que pegavam as barcas todos os dias. A ideia logo fez grande sucesso e rendeu uns bons trocados ao jovem comerciante, que lucrava com as inserções publicitárias entre uma canção e outra.

Mudança de planos

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Silvio Santos ganhava um bom dinheiro com a sua revolucionária rádio na balsa Rio-Niterói. Mas um incidente mudou os rumos do jovem e ambicioso comerciante. A barca em que Abravanel trabalhava sofreu um acidente e ficou por um longo tempo sem poder realizar o transporte de passageiros. Sem seu ganha-pão diário, ele precisou mudar de ares: a convite de empresários, mudou-se para São Paulo, onde passou a trabalhar como apresentador de shows artísticos em bares e outros estabelecimentos. Assim, ele pôde aprimorar seus dotes como comunicador.

O peru que fala

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Em São Paulo, Abravanel ganhou um curioso apelido: "Peru que fala", por frequentemente ficar com a pele avermelhada, especialmente durante suas animadas apresentações. O apelido pegou a ponto de batizar seu mais novo projeto artístico como a "Caravana do Peru Falante", que reunia diversos números musicais e circenses, além de realizar sorteios de brindes. Com essa trupe, ele viajou por todo o território paulista e também para outros estados.

Contador e para-quedista

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Além de locutor e camelô, Abravanel enveredou por outras profissões antes de se tornar Silvio Santos. Aos 18 anos, integrou as Forças Armadas do Brasil, atuando como paraquedista, em Deodoro, na zona oeste do Rio de janeiro. Foi nesse período em que resolveu largar a vida de vendedor ambulante, que considerava um trabalho incompatível com o rigor da vida militar. Anos depois, já morando na capital paulista, ele se formou em Contabilidade pela Escola Técnica de Comércio Amaro Cavalcanti.

A origem do nome artístico

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O nome artístico veio quase por acaso. Em busca de um bom trabalho no ramo artístico, Abravanel resolveu participar de um programa de calouros nas emissoras de rádio de São Paulo. Em uma delas, o produtor do programa perguntou seu nome e ele respondeu com a alcunha com que é conhecido até hoje. A origem do nome ele viria a explicar anos depois: "Silvio" era como sua mãe o chamava, enquanto "Santos" era uma invocação religiosa ("os santos ajudam").

Baú da Felicidade

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Poucos sabem, mas o famoso sistema de vendas de carnês para concorrer a prêmios, o Baú da Felicidade, não foi criado por Silvio Santos. Ele era um projeto pertencente a Manoel de Nóbrega, criador do programa "Praça da Alegria" e pai do também apresentador Carlos Alberto de Nóbrega. Como o Baú enfrentava sérios problemas financeiros, Silvio Santos foi chamado para administrá-lo. Fez seu trabalho tão bem que saneou as finanças e acabou adquirindo o negócio, com o qual iniciou sua fortuna.

Qual o primeiro programa?

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Após trabalhar para conquistar o sucesso em emissoras de rádio, Silvio Santos acabou emplacando na televisão. Em 1962, debutou na telinha com o programa Vamos Brincar de Forca, na TV Paulista. Para apresentá-lo, ele optou pelo horário noturno, que tinha valor mais acessível. O lucro vinha da venda de anúncios durante seu programa. A estratégia deu certo e, em dois anos, ele dava o primeiro grande salto: a atração passou a levar seu nome e a ser exibida nas tardes de domingo, entre o meio-dia e as 14 horas.

Sucesso na Globo

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A Rede Globo, hoje uma grande rival de Silvio Santos, foi onde, curiosamente, ele alcançou grande sucesso nacional. Em 1965, a TV Paulista de São Paulo foi adquirida pela emissora de Roberto Marinho. Desta forma, o programa Vamos Brincar de Forca passou a ser veiculado em todo o Brasil, se tornando um fenômeno de audiência. O êxito foi tanto que ele permaneceu na emissora mesmo com a decisão de seus principais diretores – Valter Clark e Boni – de acabar com os programas independentes. O apresentador só deixaria a Globo em 1976, quando se preparava para se tornar dono de seu próprio canal.

Confusão de canais

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Nos últimos anos como apresentador na Globo, Silvio Santos iniciou seu plano de se tornar dono de uma emissora de televisão: secretamente, adquiriu parte das ações da Rede Record, que na época enfrentava problemas financeiros. Quando não pôde mais esconder que se tornara investidor das telecomunicações, pediu demissão da emissora carioca e levou sua atração para a TV Tupi, garantindo sua exibição em rede nacional. Curiosamente, o Programa Silvio Santos também passou a ser veiculado na Record. Os dois canais de TV chegaram a exibir o apresentador ao mesmo tempo.

Sonho realizado

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Embora já tivesse adquirido parte da Record, o sonho de Silvio de se tornar dono de um canal de TV só se consolidou quando recebeu a concessão da TVS (TV Studios), de São Paulo, em 1976. Dessa forma, o Programa Silvio Santos passou a ser exibido em três emissoras — a Record transmitia a produção apenas ao interior de São Paulo, onde o sinal da TVS não chegava. A esta altura, o apresentador já havia amealhado considerável fortuna, sendo proprietário do Baú da Felicidade e de várias outras empresas, como a rede de concessionárias de veículos Vimave.

Inauguração ao vivo

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A TV Tupi, primeira emissora criada no Brasil, em 1950, fechou suas portas 30 anos depois. À primeira vista, isso poderia parecer um problema para Silvio Santos, já que seu programa continuava sendo exibido na emissora. Mas acabou se tornando uma oportunidade de ouro para o empresário: ele participou de uma licitação para adquirir a concessão do canal pioneiro e venceu. Com os canais recém adquiridos fundou em 1981 o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). A rede entrou para a história da TV mundial por se tornar a primeira a transmitir ao vivo sua própria inauguração.

Sem voz

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Em 1987, um boato começou a ganhar corpo: Silvio Santos estava completamente mudo e encerraria a carreira prematuramente. Tudo isso aconteceu porque ele precisou se afastar algumas semanas para tratamento médico. A verdade é que ele sofreu problemas nas cordas vocais, que o deixaram sem voz por algum tempo. Mas pouco tempo depois recobrou a velha forma e continuou apresentando seu programa. No entanto, ele foi reduzindo gradativamente sua participação, cedendo parte do horário ao apresentador Gugu Liberato.

Candidato à presidência?

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Em 1988, Silvio Santos já era um fenômeno cultural, adorado por grande parte dos brasileiros. Foi então que resolveu explorar esse sucesso enveredando no mundo da política e candidatando-se a prefeito de São Paulo. A vidente Mãe Dinah chegou a prever que ele seria eleito, mas a candidatura acabou não acontecendo. No ano seguinte, ele concorreu à presidência da República pelo pequeno PMB (Partido Municipalista Brasileiro), mas sua candidatura foi impugnada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Sequestros

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Em 2001,a apresentadora Patrícia Abravanel, filha do empresário, foi sequestrada em São Paulo. Após vários dias de negociação, o resgate foi pago e a vítima libertada. O que parecia ter sido um problema resolvido se agravou nove dias depois. Perseguido pela polícia, o sequestrador Fernando Dutra Pinto invadiu a casa do apresentador e manteve a família refém. Silvio teve de usar toda sua eloquência para que o criminoso libertasse seus familiares. Sete horas depois, Dutra Pinto acabou se entregando. Ele morreria na prisão meses depois, com infecção generalizada.

Doença terminal?

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Em 2003, Silvio Santos se envolveu numa grande polêmica. Ele estava de férias nos Estados Unidos quando concedeu uma entrevista bombástica à revista Contigo. No depoimento, afirmou que estava com uma doença terminal e que teria no máximo seis anos de vida. Dias depois, o apresentador negou estar doente e disse que tudo havia sido uma brincadeira para se livrar da repórter. O que ele não imaginava era que a notícia seria de fato publicada, com estardalhaço e repercutindo fortemente em toda mídia.

O mais admirado

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Em 2011, o instituto britânico Future Poll realizou uma pesquisa, a pedido da fabricante de bebidas Johnnie Walker, para saber quem era a personalidade mais admirada do Brasil. Silvio Santos ficou em primeiro lugar, seguido pelo fundador da Microsoft Bill Gates, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atriz Angelina Jolie. Ao todo, foram entrevistadas 1000 pessoas, com idades entre 25 e 45 anos. A pesquisa gerou muita polêmica na época, especialmente entre segmentos religiosos, porque Jesus Cristo apareceu em sexto lugar no levantamento.

Em crise, mas bilionário

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Em 2011, a Polícia Federal identificou uma fraude no Banco Panamericano, uma das empresas de Silvio Santos, que sofrera um rombo gigantesco e deixara dívidas superiores a R$ 2 bilhões. Para tentar reverter o problema, o empresário chegou a colocar todas suas empresas como garantia. Após negociações, ele vendeu a instituição para o Banco Pactual e o Baú da Felicidade para o Magazine Luiza. Mesmo com a crise, os negócios dele continuaram crescendo. Segundo a revista Forbes, em 2014 o patrimônio de Senor Abravanel era avaliado em US$ 1,3 bilhão.

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