Ervas e temperos judaicos

A cozinha judaica foi influenciada pelos temperos do Oriente Médio

Kim Steele/Photodisc/Getty Images

A diáspora judaica forçou os antigos israelitas a saírem do território que hoje conhecemos como Israel e Jordânia e a moverem-se pelo Oriente Médio, África e adjacências. Como consequência, diferentes culturas e aromas regionais influenciaram a cozinha judaica. Embora não existam ervas e temperos genuinamente judaicos, a comunidade judaica utiliza especiarias nativas de outras regiões para condimentar seus pratos.

Pimenta-da-jamaica

A pimenta-da-jamaica é uma especiaria produzida a partir das bagas da pimenta dioica. Para fabricar o tempero, as bagas são desidratadas e moídas em um fino pó. A pimenta-da-jamaica é um condimento amarronzado e aromático, com sabor que lembra a noz-moscada, o cravo e a canela. A comunidade judaica utiliza a pimenta-da-jamaica em infinitas receitas, desde saladas à panificação. Os judeus começaram a utilizá-la quando se mudaram para o atual território da Turquia.

Cardamomo

Durante a diáspora, alguns grupos judeus se dispersaram para o território que hoje engloba o Iraque e a Índia. O cardamomo é um tempero nativo dessas regiões. Ele provém da Elletaria cardamomum. Os judeus utilizam as sementes de cardamomo em guisados e outros pratos quentes à base de carne. As árvores de cardamomo pertencem a mesma família do gengibre, o que confere às sementes o sabor doce e picante característico. Para receitas judaicas, utilize pequenas porções de cardamomo, por causa do seu sabor intenso.

Cominho

A diáspora judaica levou muitos israelitas a se tornarem escravos no Egito. O cominho é um tempero extremamente utilizado pelo egípcios e foi integrado à cozinha judaica. Ele provém das sementes do Cuminum cyminum. Algumas receitas judaicas requerem sementes inteiras, enquanto outras utilizam cominho em pó. Essa especiaria possui sabor apimentado e é utilizado em sopas, cozidos e molhos judaicos.

Cravinho

O cravinho é outro tempero aromático utilizado na cozinha judaica. A utilização do cravinho na culinária procede da cultura egípcia. O cravinho é o botão seco das flores da Syzygium aromaticum. Ele possui um sabor adocicado e pode ser adicionado em diversos pratos. A culinária judaica utiliza o cravinho em pratos doces e na panificação. Também pode servir de contraste em pratos apimentados, como curry ou receitas à base de carne.

Rábano

As ervas amargas (ou maror) são uma importante parte da refeição da Páscoa judaica. Embora diferentes ervas sejam utilizadas, dependendo da tradição familiar, o rábano é uma opção comum. O rábano é a raiz da planta Armoracia lapathifolia. Durante a Páscoa judaica, o rábano é geralmente servido cru, acompanhado de alface romana e agrião.

Noz-moscada

A noz-moscada foi introduzida na culinária judaica através dos grupos judeus que se dispersaram pelo norte da África durante a diáspora. A noz-moscada é uma especiaria típica no Egito e Marrocos. Ela é produzida a partir das sementes moídas da árvore Myristica fragans. Esse tempero aromático é geralmente utilizado na panificação ou combinado com outras especiarias para temperar pratos apimentados. Os judeus egípcios combinam noz-moscada com canela, cravinho e pimenta-da-jamaica, enquanto que os judeus marroquinos utilizam a noz-moscada com cominho, gengibre, cúrcuma e pimenta-do-reino.

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