O que causa a quebra do eletrodo central em uma vela de ignição

Até as velas sabem: quebrado é descartado

NA/AbleStock.com/Getty Images

As velas são onipresentes o suficiente para serem confiáveis e visivelmente simples para esconderem sua fraqueza e complexidade. Velas com material de isolamento quebrado não são o problema mais comum, pelo menos para a maioria, mas elas certamente indicam algum problema no motor que precisa de atenção especial.

Partes de uma vela

A maioria das velas é composta por três partes. Começando de dentro para fora, a vela começa com um pedaço de cabo de metal bem grosso que se estende do topo onde a vela se conecta até a base. Um isolador de cerâmica de aproximadamente 3 mm de espessura envolve o centro do eletrodo e o mantém isolado da parte metálica do corpo. Quando corrente positiva passa pelo fio central, ela salta por um pequeno espaço entre a ponta do fio e a base de aterramento anexada ao corpo de metal, que aterra a cabeça do cilindro.

O isolante central

Quando você olha para a ponta da vela, pode perceber que existe uma pequena fenda ou canal ao redor do isolante de cerâmica e a camada externa do corpo da vela. A cerâmica usada na vela é um bom isolante elétrico, mas não funciona como isolante térmico, o que significa que ela imediatamente absorve e transfere o calor da combustão para longe da ponta de metal e para a cabeça do cilindro pelo corpo. A parte branca que você vê quebrada não é a ponta de metal, mas sim o isolante de cerâmica que fica ao redor do eletrodo.

Faixas de calor da vela

Você deve se imaginar por que existe um sulco ao redor do isolante de cerâmica, por que ele não apenas se estende por todo o caminho até a ponta do eletrodo. O centro do eletrodo precisa de uma certa quantidade de calor para produzir eficientemente a faísca; em termos práticos, quanto mais quente melhor até um ponto em que o eletrodo derrete. O sulco funciona como um auxílio no aumento ou redução da transferência de calor do conector até a cabeça. Um sulco mais profundo significa uma vela que trabalha em temperaturas mais elevadas e um sulco mais raso, uma vela que trabalha em temperaturas menores.

Danos por calor

A cerâmica é bem resistente de um ponto de vista térmico, ela pode receber bastante calor antes de quebrar. Três coisas causarão danos por temperatura: uma mistura excessiva de combustível, temperatura muito alta na câmara de combustão, pressão resultante do uso de um turbo, supercharger, nitro ou pistões de alta compressão e usando uma vela muito "quente" para o motor. Este é um aspecto crucial na preparação de motores de alta performance, onde o simples fato de escolher a temperatura da vela é uma questão de tentativa e erro.

Detonação antecipada

A cerâmica utilizada nas velas é como qualquer outra cerâmica que não aguenta impactos muito fortes. Motor batendo, ping, pré ignição ou detonação tardia -- não importa como esses problemas são chamados, mas todos eles enviam ondas de choque ao redor do cilindro. Essas ondas de choque produzem efeitos negativos sobre a cerâmica e causam todo o tipo de dano ao isolante e eletrodo. Considerando que os danos por indução excessiva de calor possam causar pequenas fissuras ao isolante, danos por detonação e de ondas de choque podem quebrar e estilhaçar grandes pedaços da cerâmica.

Outros tipos de dano

Estranhamente, danos no processo de fabricação, transporte e isolamento são bastante comuns nos isolantes. Durante a instalação da vela, os mecânicos tendem a esquecer que estão trabalhando com anéis de vidro em uma capa de metal. Deixar a vela cair no chão ou apenas apertar demais durante a instalação podem quebrar o isolante, assim como não apertar o suficiente. Este último pode quebrar o isolante, pois altera a transferência de calor, concentrando a energia no isolante e fazendo com que ele fique mais quente do que pode aguentar. Vazamentos de água no cilindro também podem quebrar a vela, estilhaçando a cerâmica pelo esfriamento repentino ao entrar em contato com ela.

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