Tipos de monges cristãos

Monges cristãos devotavam suas vidas a realizar trabalhos espirituais

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Existem diversos tipos de monges no mundo cristão. Alguns deles viviam em mosteiros com outros monges e um abade chefe que os direcionavam espiritualmente. Outros monges tinham vidas solitárias, de contemplação espiritual, e realizavam seus trabalhos sagrados. A igreja cristã primitiva não aprovava os estilos de vida de certos monges e dava a eles nomes especiais para distingui-los dos monges abençoados.

Eremitas

Os monges eremitas foram os primeiros monges do mundo cristão, originando-se de Santo Antão, no século 3 d.C. Santo Antão nasceu perto de Heracleópolis, em um lugar chamado Coma, no Egito. Após seus pais terem morrido e ele ter herdado sua riqueza aos 20 anos de idade, vendeu suas posses e devotou-se à contemplação espiritual e boas ações para seguir o exemplo dado por Jesus e os apóstolos. O exemplo de Santo Antão inspirou futuros cristãos a se tornarem monges eremitas.

Monges eremitas tinham vidas solitárias, devotadas a atividades espirituais, como a oração, o jejum e os escritos espirituais. A maioria dos monges eremitas não levava vidas de isolamento total. Eles se visitavam para discutir questões espirituais e realizavam conferências onde diversos monges se juntavam. Diferentemente dos monges cenobitas, que seguiam a direção de um abade, monges eremitas se esforçavam para seguir comandos dados a eles diretamente por Deus.

A vida puramente eremita praticamente se extinguiu, mas os monges camaldulenses continuam a praticá-la até hoje. Philip Sheldrake, editor do “The new Westminster dictionary of christian spirituality”, diz que "os camaldulenses seguem a Regra de São Bento, mas também possuem raízes na herança eremita pré-beneditina do Egito. Eles seguem o 'bem tríplice' de solidão, comunhão e missão".

Cenobitas

Monges cenobitas vivem em uma atmosfera parecida com a de uma família em um complexo dirigido por um abade, que conduz o direcionamento espiritual do mosteiro. A primeira comunidade cenobita surgiu em 318 d.C., quando São Pacômio fundou um mosteiro em Tabbennisi, no Egito. Quando morreu, em 345 d.C., sua comunidade havia se desenvolvido, gerando oito mosteiros e centenas de monges. Os monges nesses mosteiros cenobitas eram muito autônomos, definindo seus próprios horários de refeições e organizando seus próprios horários de jejum. Apesar de mosteiros cenobitas terem passado por muitas mudanças através dos anos, especialmente com as reformas de São Basílio, eles ainda existem no mundo atual.

Sarabaítas

Os sarabaítas não pertenciam a um mosteiro central e perambulavam de lugar em lugar. Às vezes andavam em pequenos grupos de dois ou três monges. Eles eram amplamente criticados pela Igreja, por desconsiderar os ensinamentos das Escrituras e das doutrinas da Igreja, optando, em vez disso, pela liberdade de criarem sua própria filosofia. São Jerônimo, por exemplo, reclamava que eles não aceitavam o direcionamento dos anciãos da Igreja e não aprendiam como superar seus próprios desejos.

Os sarabaítas existiram ao mesmo tempo que os monges eremitas e cenobitas, a partir do século 4 d.C.. Eles seguiam um caminho monástico autônomo em contraste com o monasticismo mais comum. Críticos de dentro da Igreja deram a esses monges o nome de “sarabaítas” e chamaram outro tipo de monges autônomos de “giróvagos”.

Giróvagos

Os giróvagos eram outro tipo de monges cristãos que perambulavam de lugar em lugar. Giróvagos passavam dias seguidos em diferentes mosteiros, onde realizavam tarefas como o jejum e a oração. Maribel Dietz, autora do livro “Wondering monks, virgins and pilgrims”, diz que "os giróvagos eram glutões que comiam e bebiam a ponto de vomitarem a comida".

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