15 humoristas brasileiros mais famosos de todos os tempos

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O brasileiro é conhecido pela sua irreverência, malandragem e alto astral. Essa é a gênese do humorismo praticado nestas terras desde o descobrimento. Nós rimos de tudo, fazemos piadas de qualquer coisa, inclusive das intempéries. Aliás, é delas que se extrai muitas vezes as melhores tiradas. Nas últimas décadas o país produziu uma grande safra de profissionais do riso. A maioria adotou um estilo simples, rústico e até ingênuo, talvez como forma de retratar o cidadão médio. Com o passar do tempo, a nação foi se refinando mais e, consequentemente, o humor também. Confira os 15 humoristas mais famosos e talentosos que o país já produziu.

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Oscarito e Grande Otelo

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Um dos mais bem sucedidos movimentos já produzidos pelo cinema brasileiro foi a chanchada. Eram musicais cômicos, de forte apelo popular, e que lotavam as salas do país. Seus principais expoentes foram os atores Oscarito e Grande Otelo, que protagonizaram juntos vários filmes, como “Matar ou Correr”, “Carnaval Atlântida” e muitos outros. Ambos cantavam, dançavam e faziam o público rir com sátiras à política brasileira e a produções hollywoodianas. Oscarito trabalhou no cinema entre 1933 e 1968, dois anos antes de morrer. Grande Otelo seguiu na tela grande e também no teatro e televisão até sua morte, em 1993. Para quem os assistiu, restou muita saudade.

Costinha

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Lírio Mário da Costa, o Costinha, nasceu em 1923, no Rio de Janeiro, e tinha o humor no sangue: seu pai fora palhaço e isso fez com que passasse sua infância no circo. Aos 19 anos, já longe do picadeiro, consegue uma ponta de ator na Rádio Tamoio. Foi o início de uma sólida e longa carreira de humorista que seguiu até sua morte, em 1995. Integrou o elenco de grandes emissoras radiofônicas dos anos 1940 e 1950, como Record e Mayrink Veiga. Também atuou no teatro, cinema e televisão. No entanto, se celebrizou pela habilidade em contar piadas. Gravou vários discos com algumas de suas criações.

Ary Toledo

TV Globo / Zé Paulo Cardeal

Sabe aquele seu cunhado falador, que sempre derrama um arsenal de piadas de todo o tipo no churrasco com a família? Boa parte de seu repertório humorístico tem como autor Ary Christoni de Toledo Piza. Nascido em 1937, no interior de São Paulo, ele foi cantor, compositor, ator, dublador e diretor. Mas foi como humorista que ficou famoso no Brasil inteiro. Celebrizou-se pelas histórias cômicas de sexo, sátira política e muito teor politicamente incorreto. Portugueses de padaria, louras ingênuas, malandros-agulha, homens traídos e judeus sovinas fazem parte de seu repertório. Continua fazendo sucesso, lançando livros, CDs e aparecendo em programas de TV e rádio.

Mazzaropi

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Um dos maiores cineastas brasileiros, Amácio Mazzaropi foi muito mais que ator, diretor e humorista. Durante sua longa carreira, entre os anos 1930 e 1980, se tornou um misto de historiador e embaixador da cultura caipira. Nascido em São Paulo, em 1912, se mudou ainda pequeno para Taubaté, no interior de São Paulo, onde absorveu as influências culturais da região. Ela serviu de fonte para seu principal personagem, o hilário Jeca Tatu, e produções enfocando o ambiente rural, como “Tristeza do Jeca” e “Casinha Pequenina”. Ele também realizou filmes mais urbanos, mas sempre destacando o choque entre o moderno e o arcaico, como a comédia “O Corintiano”. Morreu em 1981.

Jô Soares

TV Globo / Zé Paulo Cardeal

Diretor teatral, músico, escritor, artista plástico, apresentador, ator e roteirista. Estas são algumas das ocupações no fornido currículo de José Eugênio Soares. Nascido no Rio de Janeiro, em 1938, atuou no teatro, cinema, e rádio a partir dos anos 1950. Tornou-se um dos maiores nomes da TV. Participou de humorísticos como “Faça Humor, Não Faça Guerra”, “Planeta dos Homens” e, principalmente, “Viva o Gordo”, que comandou com grande sucesso entre 1981 e 1987. Em 1988, passou a apresentar, no SBT, o talk show “Jô Soares Onze e Meia”. Em 2000, a atração foi para a Globo, rebatizada como “Programa do Jô”. Escreveu vários romances, como “O Xangô de Baker Street” e “As Esganadas”.

Chico Anysio

TV Globo / Divulgação

Um dos maiores humoristas que o Brasil já teve, Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu em Maranguape (CE) em 1931. Desde jovem, mostrou aptidão para a carreira artística e realizou diversos trabalhos como ator e redator em programas de rádio. Mas foi na televisão que desenvolveu por completo a sua potente veia cômica. Estreou em 1957, pela TV Rio e, em 1968, chegou à Globo, onde manteve seu trabalho por mais de 40 anos. Foi uma das maiores estrelas da história da emissora, comandando diversos programas humorísticos, como “Chico Anysio Show” e “Escolinha do Professor Raimundo”. Interpretou mais de 200 personagens, como Coalhada, Justo Veríssimo, Pantaleão, Azambuja e Bozó. Morreu em 2012, como um mito do humor tupiniquim.

Sérgio Porto

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Nascido em 1923, no Rio de Janeiro, o jornalista Sérgio Porto foi um dos mais geniais escritores surgidos no país. Cronista de mão cheia, iniciou sua carreira nos anos 1940, nas revistas “Sombra” e “Manchete” e nos jornais “Última Hora”, “Tribuna da Imprensa” e “Diário Carioca“. No início da década de 1960, criou seu personagem mais famoso, Stanislaw Ponte Preta, que se tornou referência com seu humor ácido e refinado, atacando com classe os políticos da época. Para criticar as ações da ditadura militar, criou o Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o País), compilações de notas jornalísticas, muitas delas fictícias. Morreu em 1968, com apenas 45 anos, vítima de ataque cardíaco.

Casseta & Planeta

TV Globo / Divulgação

Nos anos 1980, duas publicações humorísticas se tornaram hits da imprensa alternativa do Rio de Janeiro: a revista “Casseta Popular” e o jornal “Planeta Diário”. Em 1988, eles passaram a trabalhar juntos, com o nome pelo qual ficariam famosos nacionalmente, com um humor ácido, politicamente incorreto e muitas vezes nonsense. Nesse mesmo ano atuaram como redatores do histórico programa “TV Pirata”. Em 1992, passaram a estrelar seu próprio programa, “Casseta & Planeta Urgente!”, sucesso por mais de 20 anos. Mesmo com a morte de Bussunda, em 2006, o grupo continuou atuando na TV, em colunas de jornais e lançando livros e CDs.

Os Trapalhões

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Didi, Dedé, Mussum e Zacarias formaram, por mais de três décadas, o mais bem sucedido grupo humorístico do Brasil. Juntos, protagonizaram mais de 30 filmes, quase todos êxitos estrondosos de bilheteira. De quebra, comandaram um programa na TV entre as décadas de 1970 e 1990, na Rede Globo. O programa “Os Trapalhões” era formado por diversos esquetes, em que os personagens se envolviam nas mais incríveis confusões. Os tipos criados por eles se tornaram antológicos, como o cearense aprontador de confusões e o malandro carioca, fã de uma cachaça. O grupo sofreu um forte abalo com a morte de Zacarias, em 1990, mas continuou até 1994, quando foi a vez de Mussum falecer. Os remanescentes continuam atuando na televisão.

Agildo Ribeiro

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Outro dos grandes humoristas da televisão, Agildo Ribeiro nasceu em 1932 e, como muitos de sua geração, começou cedo a trabalhar com humor. Antes de completar 25 anos, já participava de produções cinematográficas, atuando em filmes como “Angu de Caroço” e “O Grande Pintor”. Em 1965 chegou à televisão, onde se notabilizou. Alguns dos programas dos quais participou se tornaram clássicos, vide “O Planeta dos Homens”. Obteve grande sucesso graças ao seu modo peculiar de fazer sátira política: usando bonecos para interpretar políticos famosos. De Leonel Brizola a Fernando Collor, passando por Paulo Maluf e Lula, ninguém escapou de seu humor ácido.

Os Sobrinhos do Ataíde

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Marco Bianchi, Felipe Xavier e Paulo Bonfá se conheceram no início dos anos 1990. Em 1991, trabalharam juntos pela primeira vez, no programa “Rádio Alegre”, da USP FM. O êxito levou o trio, em 1995, para a Rádio 89, onde criaram o humorístico “Os Sobrinhos do Ataíde”. Na época, a emissora era uma das mais populares de São Paulo. O sucesso foi instantâneo: com uma linguagem revolucionária, o grupo criou personagens históricos, como o surfista Peterson Foca, o super-herói Espertoman e o Pequeno Wilber, além de bordões hilários. O grupo se desfez em 1999, com a saída de Xavier, mas os remanescentes continuaram trabalhando juntos até 2010, em programas na MTV.

José Simão

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O paulistano José Simão nunca pareceu ser alguém que ia longe na vida. Chegou a cursar Direito na prestigiada Faculdade São Francisco, mas não o concluiu. Sem rumo certo, decidiu se mudar para Londres, onde chegou a fazer bicos na emissora de televisão BBC. Foi para o Rio, onde passou dois anos fiscalizando o por-do-sol em Ipanema. Até que, em 1987, alguém resolveu lhe dar uma coluna humorística sobre televisão na “Folha de S. Paulo”. O sucesso foi instantâneo. Simão se tornou referência cult em pouco tempo e seus textos se tornaram mais abrangentes, com tiradas sobre qualquer assunto em voga no noticiário. Possui ainda uma coluna no portal UOL e na rádio BandNews FM.

Ronald Golias

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Nascido em 1929 em São Carlos (SP), Ronald Golias teve passagens marcantes pela televisão, rádio e cinema. Nos anos 1940, integrou os AcquaLoucos, grupo performático aquático. As performances o levaram ao rádio, como ator. Em 1957, estreou na TV Paulista, a convite de Manuel de Nóbrega, no programa “A Praça da Alegria”. Foi seu primeiro grande sucesso, quando interpretava o personagem Pacífico e o bordão que seria sua marca (“Ô Cride, fala pra mãe..."). Mas foi na Record que explodiu de vez, interpretando Carlo Bronco Dinossauro no histórico “Família Trapo”, exibido entre 1967 e 1971. Fez vários filmes no cinema e continuou participando de vários programas televisivos até sua morte, em 2005.

Turma do Pânico

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Em, 1993, Emilio Surita, Marcelo Baptista e Fernando Mello conseguiram emplacar um programa de humor na rádio Jovem Pan FM. Nascia o “Pânico”, caracterizado por seu humor escrachado, em que se destacavam vários esquetes, papo com os ouvintes e entrevistas com diversos convidados. Em pouco tempo, novos integrantes se juntaram à trupe. O êxito foi tão grande que, dez anos depois, o programa chegou à televisão. “Pânico na TV” se tornou um sucesso estrondoso, com personagens como o Repórter Vesgo, a Mulher Samambaia e o Mendigo. Após uma passagem na Rede TV, o programa foi para a Band, onde atrai a audiência de milhões de telespectadores todo domingo.

Marcelo Adnet

TV Globo/Raphael Dias

Mais completo comediante da atualidade, o carioca Marcelo Adnet nasceu em 1981. Ator, roteirista e músico, é um imitador de mão cheia e mestre do improviso. Após participar de peças de teatro, fez rápidas aparições em humorísticos e comerciais na TV. Em 2008, foi convidado pela MTV para fazer o programa “15 minutos”, onde realizava imitações nonsense, como José Wilker fazendo a funkeira Dança do Créu. O sucesso o levou a comandar o “Comédia MTV”, com críticas comportamentais e humor irreverente. Criou grandes sacadas, como o Homem Vip e o palestrante babaca. Em 2013, foi contratado pela Globo, onde protagoniza a série “O Dentista Mascarado”.

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