15 times de futebol que fizeram história
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Hoje em dia, basta ter bastante dinheiro em caixa para montar um grande time de futebol. Contratam-se grandes jogadores e um técnico competente, que saiba domar egos e organizar os atletas em campo. Mas como explicar o surgimento dos grandes times do passado? Do nada, os craques surgiam e, em pouco tempo, davam forma a esquadrões quase imbatíveis. Alguns chegaram a conquistar os maiores títulos do futebol mundial, outros não chegaram tão longe, mas encantaram a todos com uma técnica brilhante. Conheça 15 formações inesquecíveis, que entraram para a história do esporte.
Overview
River Plate (1941-1947)
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Reconhecido como a mais perfeita equipe de futebol já vista na Argentina, o River Plate da década de 1940 colecionou uma série de títulos e vitórias acachapantes sobre seu maior rival, o Boca Juniors. O time era formado por craques fenomenais em todas as posições, mas o que realmente assustava os rivais era sua linha de ataque devastadora, formada por Juan Carlos Muñoz, José Moreno, Adolfo Pedernera, Ángel Labruna e Félix Lousteau. Essa fantástica equipe ficou conhecida como "La Maquina" e garantiu os títulos nacionais de 1941, 1942, 1945 e 1947 e o bicampeonato da Copa da Argentina em 1941/42.
Torino (1942-1949)
Imagem de domínio público | Wikimedia
O Torino, time de Turim, era a mais sensacional equipe de futebol da Europa nos anos 1940. Nessa década, dominou o futebol italiano, conquistando cinco títulos da liga (1942/43, 1945/46, 1946/47, 1947/48 e 1948/49), além da Copa da Itália na temporada 1942/43. Craques como Valentino Mazzola, Elio Loik e Gugliermo Gabetto faziam do Torino um time quase imbatível. No entanto, esse fantástico Onze seria desfeito por uma tragédia. Em 4 de maio de 1949, a equipe voltava de uma viagem a Portugal, quando o avião que os transportava se chocou contra a Basílica de Superga, em Turim, matando a todos.
Vasco da Gama (1945-1952)
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O Vasco da Gama era a base da grande seleção brasileira que disputou a Copa de 1950 e por pouco não se sagrou campeã mundial. Mitos como o goleiro Barbosa, o centro-médio Danilo Alvim e o centroavante Ademir de Menezes defenderam o time da Colina, que conquistou cinco vezes o campeonato carioca (1945, 1947, 1949, 1950 e 1952), sendo as três primeiras de forma invicta. Conhecido como Expresso da Vitória, o time ainda conquistou em 1948 o Campeonato Sul-Americano de Campeões, embrião da Taça Libertadores e devidamente reconhecido pela Conmebol como um legítimo título continental.
Real Madrid (1954-1964)
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Tido como o maior time de todos os tempos, ao lado do Santos de Pelé, o Real Madrid foi um furacão que varreu a Europa entre os anos de 1954 e 1964. A equipe contava com alguns dos maiores craques da época, como o argentino Alfredo di Stéfano e o húngaro Férenc Puskas. Era praticamente uma seleção multinacional, um fato comum hoje, mas raro na época. Com esse timaço, o Real venceu as cinco primeiras edições da Copa dos Campeões Europeus (1955/56, 1956/57, 1957/58, 1958/59, 1959/60), além da primeira Copa Intercontinental (o Mundial Interclubes da época), em 1960. Faturou ainda oito campeonatos espanhóis, entre 1954 e 1964.
Peñarol (1958-1962)
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O Peñarol conquistou as duas primeiras edições da Taça Libertadores da América, em 1960 e 1961. Nesse mesmo ano, bateu o Benfica e se tornou o primeiro sul-americano a vencer a Taça Intercontinental. Como se não bastasse, faturou o pentacampeonato uruguaio entre 1958 e 1962. Todas essas credenciais garantem o time no panteão dos maiores da história. Tinha como grande destaque o centroavante equatoriano Alberto Spencer, até hoje o maior artilheiro da história da Libertadores, com 54 gols anotados. Outros craques também aterrorizavam os adversários, como o goleiro Luís Maidana, o médio ala direito Luís Cubilla e o atacante Hohberg.
Santos (1955-1965)
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O que dizer de um time que teve Pelé em seu apogeu? Como se ainda fosse pouco, contou também com o melhor goleiro que o Brasil já teve, Gilmar dos Santos Neves. Quer mais? Craques incomparáveis, como o centroavante Coutinho, os pontas Dorval e Pepe e o volante Zito, completavam esse esquadrão, que conquistou em 1962 e 1963 a Libertadores e a Taça Intercontinental, consagrando-se bicampeão mundial. A equipe foi ainda pentacampeã brasileira, entre 1961 e 1965. Entre 1955 e 1965, conquistou o Paulistão em oito oportunidades.
Palmeiras (1959-1969)
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Quando Pelé, Coutinho e Pepe jogavam juntos, em apenas três oportunidades o Santos não foi campeão paulista: 1959, 1963 e 1966. Foram anos do Palmeiras, a única equipe capaz de encarar o alvinegro de igual para igual. O Verdão possuía craques como o lateral-direito Djalma Santos, o ponta Julinho Botelho e o meia Ademir da Guia. Esse grupo foi campeão brasileiro quatro vezes (Taça Brasil de 1960 e 1967 e Torneio Robertão em 1967 e 1969). Apelidado de Academia, o grupo era tão forte que vestiu a camisa da Seleção em 1965 e venceu o Uruguai por 3 a 0.
Botafogo (1957-1964)
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Ao lado do Santos, o Botafogo formava a base da seleção brasileira nas Copas de 1958 e 1962, anos em que o Brasil levantou o caneco. A equipe da Estrela Solitária contava com o goleiro Manga, o lateral Nilton Santos, o meia Didi e os atacantes Vavá, Amarildo e Zagalo. Além de tantos craques, contava ainda com um gênio na ponta-esquerda: Garrincha. O "anjo das pernas tortas" causava furor nas defesas adversárias com seus dribles endiabrados. Esse rolo compressor venceu três campeonatos cariocas (1957, 1961 e 1962) e duas edições do Torneio Rio-São Paulo (1962 e 1964).
Independiente (1971-1978)
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Até hoje o clube que mais vezes conquistou a Taça Libertadores da América, o Independiente deve essa condição ao grupo montado na década de 1970: de seus sete títulos, quatro foram obtidos pelo time do meia Ricardo "El Bocha" Bochini. O craque tinha como escudeiros o zagueiro Pavoni e os atacantes Maglioni, Balbuena e Percy Rojas. Com esse elenco, consagrou-se campeão continental entre 1972 e 1975, além de conquistar a Copa Intercontinental (o Mundial Interclubes da época) em 1973. Obteve ainda três títulos argentinos, em 1971, 1977 e 1978. Por tudo isso, o Independiente ficou conhecido como "Rei de Copas".
Internacional (1969-1976)
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O Internacional de Porto Alegre vinha de um jejum de oito anos quando conquistou o título gaúcho de 1969. Era um ano mágico para o clube, que havia inaugurado seu novo estádio, o imponente Gigante do Beira-Rio. A partir dali, foi só alegria: o Colorado obteve um inédito octacampeonato, vencendo todos os Gauchões até 1976. Faltava conquistar o Brasil, e essa meta foi atingida com um bicampeonato nacional, em 1975 e 1976, mostrando ao País craques como o zagueiro Figueroa, os meias Jair e Caçapava e o ponta Valdomiro; sem falar no classudo volante Falcão, grande líder desse período vitorioso.
Flamengo (1978-1983)
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O Flamengo era um time de importância meramente regional até 1974, quando um franzino camisa 10 foi eleito o melhor jogador do Campeonato Brasileiro. Conhecido como Zico, o garoto se tornaria o grande líder de um poderoso esquadrão, integrado pelo goleiro Raul, os laterais Leandro e Júnior, o volante Andrade e o meia Adílio, além do centroavante Nunes. Esses atletas conquistariam a Libertadores e a Taça Intercontinental em 1981, além de três campeonatos brasileiros (1980, 1982 e 1983) e quatro campeonatos cariocas (1978, 1979, 1979-Especial e 1981). Aquela equipe formaria a base da seleção brasileira na Copa de 1982.
Milan (1988-1993)
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O Milan estava falido quando o empresário Silvio Berlusconi assumiu o comando do clube, em meado dos anos 1980. Ele recuperou as finanças da equipe e obteve cacife para montar um dos maiores times que a Europa já vira. Comandado por três craques holandeses (o zagueiro Frank Rijkaard, o meia Ruud Gullit e o atacante Marco van Basten), o rubro-negro venceu o Italiano na temporada 1987/88. Era o primeiro passo para conquistar o mundo: o time seria bicampeão da Copa dos Campeões da Europa e da Copa Intercontinental (1989 e 1990). Voltaria ainda a conquistar o Italiano nas temporadas 1991/92 e 1992/93.
São Paulo (1991-1994)
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O São Paulo vivia um dos mais tristes momentos de sua história em 1990, quando foi rebaixado no Campeonato Paulista. Tudo mudou quando o clube contratou o técnico Telê Santana, que realizou profundas mudanças no time. A nova equipe era comandada pelo meia Raí, irmão de Sócrates, e tinha grandes jogadores, como o goleiro Zetti, o meia Palhinha e o atacante Müller, além do polivalente Cafu. O time foi campeão brasileiro em 1991 e se credenciou para obter o bicampeonato da Libertadores e da Copa Intercontinental, em 1992 e 1993. Faturou ainda a Copa Conmebol, em 1994.
Boca Juniors (2000-2007)
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O Boca Juniors montou um time histórico nos primeiros anos do século 20. Feroz e extremamente competente, o time causou estragos em todo o mundo, graças a craques como o goleiro Córdoba, o meia Battaglia e os atacantes Delgado e Palermo, todos comandados pelo genial Riquelme. Esse time venceria a Libertadores em quatro oportunidades: 2000, 2001, 2003 e 2007, além da Copa Intercontinental em duas ocasiões: 2000 e 2003. Faturou ainda a Copa Sul-Americana em 2004 e 2005, além de cinco torneios argentinos, o Clausura (1999 e 2006) e o Apertura (2000, 2003 e 2005).
Barcelona (2008-2012)
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Desde o início dos anos 1990 que o Barcelona assombra o mundo, montando times fortes e apresentando grandes craques. Mas o momento mais luminoso do clube catalão foi, sem dúvida nenhuma, entre 2008 e 2012. Tudo começou com a chegada do técnico Josep Guardiola, ex-ídolo do clube, que formou uma equipe com valores das categorias de base, somados a craques internacionais. Eram os anos de Xavi, Iniesta, Daniel Alves, Puyol e, principalmente, do fantástico argentino Lionel Messi. Esse grupo foi tricampeão espanhol (2008/09, 2009/10, 2010/11) e conquistou por duas vezes os títulos europeu e mundial, em 2009 e 2011.
Referências
Sobre o Autor
Érica França, jornalista, 30 anos. Atuou em jornais diários, como Diário de Suzano e Diário de Mogi. Também atuou como editora e chefe de reportagem da revista Turismo em Foco. Atualmente, está na área de Assessoria de Imprensa. Já foi assessora da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Suzano e, hoje, está como assessora da Câmara Municipal de Cubatão.
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