Recursos sonoros da poesia

Recursos sonoros tornam a poesia mais agradável e atraente

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Ao contrário da prosa, a poesia usa técnicas especiais para controlar a sua sonoridade. Os significados das palavras comunicam algo, mas o som do poema ajuda a apoiar, ilustrar e reforçar a mensagem. Às vezes os recursos sonoros apenas servem para tornar o poema mais bonito, fluido e interessante.

Rima

O mais elementar dos recursos sonoros, a rima torna dois ou mais versos agradáveis porque eles terminam com o mesmo som. Por exemplo, "mente" e "sente" terminam com o som "-ente". Observe esses versos de Fernando Pessoa, do poema "Autopsicografia": "O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente." Os versos que terminam com o mesmo som, ou seja, rimam.

Mas nem toda poesia rima: grandes poetas como T. S. Eliot, Shakespeare e E. E. Cummings frequentemente escreviam em versos livres ou brancos, que não usam rima.

Ritmo e métrica

Apesar de menos óbvia que a rima, a métrica é essencial para a poesia tradicional. A métrica organiza as sílabas em cada verso de modo que os acentos ou a ênfase recaiam no mesmo lugar. Por exemplo, observe este trecho de Casimiro de Abreu: "No berço pendente de ramos floridos, Em que eu pequenino feliz dormitava"

Os dois versos seguem um padrão de sílabas fracas seguidas de sílabas fortes: "no BERço penDENte de RAmos floRIdos, / em que EU pequeNIno feLIZ dormiTAva..." Consequentemente, o poema é metrificado.

Repetições

Alguns poemas repetem palavras ou frases diversas vezes. "O corvo", de Edgar Allen Poe, repete a frase "nunca mais" no último verso em 11 estrofes. Uma estrofe termina com "Como te chamas tu na grande noite umbrosa?" / E o corvo disse: "Nunca mais"; e outra estrofe termina com "Só lhe ficou, na amarga e última cantiga, / "Esse estribilho: "Nunca mais" (tradução de Machado de Assis). Ao repetir "nunca mais", Poe enfatiza o sofrimento do narrador do poema por não poder retomar o passado.

Onomatopeia

Uma palavra onomatopeica soa igual àquilo que representa. Por exemplo, quando você diz "tic-tac'' em voz alta, soa como a passagem do tempo no relógio; o som do "t" imita o som dos ponteiros. Do mesmo modo, "triiiimm", "buááá" e "tum-tum" imitam os sons das coisas que representam.

Outras palavras onomatopeicas imitam os sons mais diretamente, como as usadas para descrever sons de animais, como "muu" e "mé".

Assonância, consonância e aliteração

Semelhante à rima, a assonância, consonância e aliteração repetem sons idênticos. Diferente da rima, contudo, elas não repetem um som final inteiro. Em vez disso, cada uma repete uma parte diferente da palavra.

A assonância repete o mesmo som de vogais. Por exemplo, há assonância na vogal "a" em: "Ó Formas alvas, brancas, Formas claras" (Cruz e Souza).

A consonância é o contrário, repetindo sons finais de consoantes. Por exemplo, "pisa", "ouso", e "lesa" terminam com o som de "s", mesmo que as vogais tenham sons diferentes.

A aliteração repete os sons iniciais, como em "O rato roeu a roupa do rei da Roma".

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