Um nódulo no testículo após uma vasectomia
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Normalmente, a recuperação de uma vasectomia é rápida, e a maioria dos homens sente poucos efeitos colaterais após o procedimento. Eventualmente, após a vasectomia, alguns homens podem notar a presença um nódulo em um ou em ambos testículos. Algumas causas para esse fenômeno são: granuloma espermático, hematomas e inflamação. Apesar da vasectomia não causar câncer, um nódulo nos testículos pode ser um sintoma de câncer testicular.
O que acontece durante a vasectomia
Antes de entender como o nódulo testicular aparece após a vasectomia, ajuda saber o que ocorre nesse procedimento. Durante a cirurgia, o médico faz uma pequena incisão pontual no escroto do homem. Ele então corta, prende, amarra e cauteriza o ducto deferente. Uma vez cortado, o esperma não mais consegue deixar o testículo durante a ejaculação, e o homem se torna incapaz de engravidar sua parceira.
Granuloma espermático
Mesmo depois que o ducto deferente foi cortado, o esperma continua a ser produzido pelos testículos vasectomizados. Às vezes, o esperma começa a vazar na região cortada do ducto deferente e uma pequena massa começa a crescer no local. Essa massa é chamada de granuloma espermático e pode crescer de baixo da pele, ao ponto de ser perceptível. Raramente esses nódulos ficam enrijecidos, dolorosos ou inchados, mas nesses casos eles precisam ser cirurgicamente removidos.
Hematoma
Um hematoma é outra causa de nodulação no testículo após a vasectomia. Essa complicação pós-cirúrgica ocorre quando o sangue começa a se acumular e se aderir aos testículos. Outras causas de hematoma incluem se machucar ou ter certas doenças ou problemas de coagulação. Esses nódulos aparecem logo após a cirurgia em cerca de 1% a 6% dos homens vasectomizados.
Síndrome da dor pós-vasectomia
Alguns homens passam por uma dor crônica de longa duração após a vasectomia, chamada de síndrome da dor pós-vasectomia (SDPV). Essa síndrome normalmente é acompanhada de rigidez, inchaço e inflamação dos testículos. Ninguém tem plena certeza de qual é a causa de SDPV, apesar de que alguns pesquisadores especulam que os nódulos, como os granulomas espermáticos, causam SDPV. Em muitos homens, a dor só se alivia após a reversão da cirurgia, mas vários respondem à terapia medicamentosa, bloqueio nervoso e tratamento psiquiátrico.
Tratamento para nódulos testiculares
Depois de estudar mais de 10 mil homens vasectomizados, pesquisadores perceberam que os efeitos colaterais mais comuns eram inchaço e dor nos testículos. Alguns homens também notificaram granulomas espermáticos ou nódulos nos testículos. Apesar de nódulos no testículo normalmente indicarem um problema sério, a maioria deles são benignos e podem ser tratados por um médico. Aplicação regular de calor na área alivia o inchaço dos testículos na maioria dos pacientes. Homens devem informar ao seu médico qualquer nodulação, para determinar qual deve ser o caminho a ser tomado para o tratamento.
Nódulo testicular: um sintoma de câncer testicular?
Cientistas concluíram que a vasectomia não aumenta a chance de câncer, mas um nódulo testicular que apareceu após a vasectomia pode ser um sintoma de câncer. O câncer testicular costuma ocorrer entre os 20 e 39 anos e possui alta taxa de cura. Homens são encorajados a fazer uma bateria de exames regularmente para detectar esse tipo de câncer quando são jovens adultos, uma vez que o tratamento precoce é bem mais eficaz. Homens que percebem nódulos nos seus testículos após uma vasectomia devem procurar instrução profissional para descartar a hipótese de câncer testicular.
Referências
- U.S. National Library of Medicine & National Institutes of Health: Vasectomia
- Fertilidade e esterilidade; segurança e efetividade da vasectomia; P.J. Schwingl & H.A. Guess; March 2001
- Journal of Andrology; Dor nos testículos após uma vasectomia: uma análise da síndrome da dor pós-vasectomia; Cory G. Christiansen & Jay I. Sandlow; May/June 2003
- National Institute of Child Health and Human Development: Fatos sobre a segurança da vasectomia
Sobre o Autor
An award-winning medical writer since 1998, Britt Berg, co-author of "Making a Baby," has been published in books, online and in scientific journals. A trained psychotherapist, and an expert on fertility, she holds a Master of Science degree in psychology and a Bachelor of Arts degree in women's studies from Emory University.
Créditos Fotográficos
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