Diferenças entre monólogo e solilóquio

Muitos dos vilões de Shakespeare fazem solilóquios

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Tanto o monólogo quanto o solilóquio são técnicas literárias usadas pelos autores de ficção para enriquecer um personagem, aumentar a tensão, desenvolver relações e avançar na narrativa. Escritores, especialmente dramaturgos, usam tais técnicas há séculos, incluindo o célebre William Shakespeare. "Ser ou não ser; eis a questão", pondera Hamlet em um dos mais conhecidos solilóquios da literatura ocidental.

Monólogo

A palavra "monólogo" deriva da raiz latina "mono", que significa "um só" ou "sozinho", e "logo", que significa "falar". Um monólogo, portanto, é uma fala dita por uma pessoa. Em uma peça, um monólogo dramático ocorre quando um personagem fala sozinho em voz alta quando não há outros personagens no palco ou à uma distância audível. Um monólogo interior, um fluxo de pensamentos ou emoções de um personagem, é um recurso apropriado para romances, onde um narrador dá ao leitor acesso ao que acontece na mente do personagem.

Exemplos de monólogos na literatura clássica

Tanto romances quanto poesias e peças de teatro têm monólogos famosos. O narrador no poema "A minha última duquesa" apresenta um monólogo no qual o caráter horrível do personagem é revelado através de um frio relato sobre sua falecida esposa. O romance "O som e a fúria" de William Faulkner usa fluxos de consciência para recordar monólogos interiores de vários personagens principais.

Solilóquio

O solilóquio e o monólogo dramático são tão similares que muitas vezes são usados como sinônimos. O solilóquio é um monólogo restrito à dramaturgia, em que os atores falam apenas quando estão sozinhos, ou quando julgam estar sozinhos. Como uma peça é constituída em maior parte por diálogo e muito pouca narração, o solilóquio é única forma do público acessar a mente de um personagem. Os solilóquios são geralmente considerados genuínos, pois quando não há ninguém ouvindo, o personagem não tem motivos para mentir, enquanto em outros momentos da peça suas falas podem ser alvo de desconfiança.

Exemplos de solilóquios na literatura clássica

Shakespeare usava solilóquios com frequência. Talvez o mais famoso de todos os tempos seja o "Ser ou não ser" de Hamlet, onde ele reflete se deve ou não matar seu pai, questionando até se ele mesmo deveria continuar vivendo. Em "Romeu e Julieta", Julieta faz um solilóquio — Romeou, Romeu, por que és tu Romeu?" — sem se dar conta de que ele a ouvia.

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