A história da dança neoclássica
ballet dancer image by Edward White from Fotolia.com
A dança neoclássica é a forma de dança do século XX inspirada pelos movimentos e a estética do balé clássico. Sempre executada por bailarinos de formação clássica, a dança neoclássica, desde o começo, divergiu da coreografia e da estética clássicas para criar novos trabalhos. A coreografia, as fantasias, a música e até os cenários desses novos balés diferem da tradição do balé clássico.
Criadores
George Balanchine é considerado o criador dos primeiros balés neoclássicos. Ele é o co-fundador do New York City Ballet (NYCB) e sua escola de formação foi a School of American Ballet (SAB). Por causa da formação oferecida na SAB, o NYCB ainda é considerado o melhor lugar para se ver seus trabalhos neoclássicos. Balanchine formou bailarinos especificamente para serem versáteis. Hoje, espera-se que dançarinos de companhias pelo mundo afora sejam capazes de atuar em trabalhos neoclássicos e clássicos. Algumas companhias fazem trabalho puramente neoclássico, como a Alonzo King's Line Ballet, em São Francisco, embora esses trabalhos sejam, em geral, chamados de "balé contemporâneo".
Balés sem narrativa
Diferentemente dos "balés com história", muitos trabalhos neoclássicos não têm uma narrativa. Estes são chamados de "balés sem narrativa" e vieram à luz a partir do desejo do coreógrafo de ter a música e a dança criando um tema, ou atmosfera, para mostrar bem as habilidades individuais de cada dançarino e deixar que a dança seja o foco principal, e não a história. Os trabalhos neoclássicos apresentam o gesto mínimo, favorecendo o espetáculo de bailarinos talentosos. Esses balés são, em geral, de duração mais curta do que os balés clássicos integrais. Durante a performance de uma noite, a plateia vai ver três ou quatro balés neoclássicos em vez de um longo balé dividido em três ou quatro atos, como "O quebra-nozes", "Bela adormecida" ou "La Sylphide".
Coreografia
O balé neoclássico pode incorporar quase qualquer ideia do coreógrafo. Com uma forma artística experimental e aberta, o coreógrafo só é limitado pela própria imaginação. A dança neoclássica é desempenhada em ponta, com os pés descalços ou com sapatilhas macias. A coreografia neoclássica incorpora linhas e elementos clássicos, mas pode divergir da estética do balé clássico para incluir mãos e pés flexionados, contrações, ombros curvados, formações não convencionais de dançarinos e grupos de muitos bailarinos desempenhando coreografias diferentes ao mesmo tempo.
Música
A dança e a música neoclássicas inspiram-se mutuamente. Enquanto Tchaikovsky e outros compositores clássicos são famosos por seu trabalho criando linhas para balés, no século XX, Igor Stravinsky escandalizou o mundo da dança e da música com sua "Sagração da primavera". Embora este trabalho tenha sido controverso na época, ele continuou criando e foi encarregado de compor muitas peças que se tornaram bilheteria certa para plateias de balé. George Balanchine e Stravinsky foram colaboradores artísticos em muitas ocasiões.
Fantasias
Muitas vezes, os bailarinos ainda usam ponta para manter a linha e a estética da sua formação clássica. Às vezes, bailarinas usam o tutu clássico mas, frequentemente, as danças são desempenhadas em malhas de balé ou em fantasias minimalistas para mostrar bem a coreografia e o corpo dos artistas. Os balés neoclássicos incluem personagens mesmo que não haja narrativa e, neste caso, a fantasia pode evocar um personagem. Muitas fantasias divergem da fantasia padrão de balé e criam uma concepção artística única de um tutu para fazer experimentos com as dimensões, a proporção e a linha do corpo.
Referências
- "Balanchine, Celebrating a Life in Dance"; Costas; 2003 [em inglês]
- "The Ballet Companion"; Eliza Gaynor Minden; 2005 [em inglês]
Sobre o Autor
Pamela Ann Ludwig has lived, worked and studied on five continents. Her articles can be seen online at various websites. She holds a Master of Arts degree in history from San Francisco State University and has experience teaching different dance disciplines as well as English to speakers of other languages.
Créditos Fotográficos
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