O que significa um fio vermelho amarrado no pulso?
photo via flickr by coty lynn
Pulseiras de fitas vermelhas têm sido vistas em volta do pulso de várias celebridades, lançando uma espécie de frenesi de moda religiosa em Hollywood baseada na prática da Cabala. Isto fez com que algumas pessoas pensassem que elas fossem relacionadas somente a cabalistas. Todavia, outras religiões também acreditam que o fio vermelho tem um propósito.
Cabala
O Zohar, um dos principais textos da Cabala, tem milhares de anos de idade. A Cabala tem suas raízes no judaísmo, mas não é uma religião. De acordo com o Rabino Yehuda Berg, autor do livro "The Red String Book: The Power of Protection", cabalistas acreditam que energias negativas podem adentrar a vida das pessoas através do "olho gordo", isto é, quando se é olhado com inveja. O objetivo dos cabalistas é proteger a si mesmos e livrar suas vidas do "olho gordo", rejeitando as energias negativas por ele emanadas através do uso de uma pulseira, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Para funcionar, o fio da pulseira deve ser de lã, tingido de vermelho e usado no pulso esquerdo. Adicionalmente, deve ser um pedaço do longo fio que foi enrolado no túmulo da matriarca bíblica Raquel, em Israel.
Opiniões dissidentes
Contudo, há cabalistas que afirmam que os fios vermelhos são um mito. O site do Instituto de Educação e Pesquisa sobre a Kabbalah Bnei Baruch, maior grupo de cabalistas em Israel afirma: "Não há conexão. Fios vermelhos, água benta e outros produtos são lucrativas invenções comerciais surgidas nas últimas duas décadas".
Hinduísmo
Na tradição hindu, fios vermelhos usados ao redor dos pulsos são chamados de "kalava" ou "mauli", expressões que podem ser traduzidas como "acima de todos". Stephen Knapp, autor do livro eletrônico "Basic Points About Vedic Culture/Hinduism: A Short Introduction", aponta que a kalava é amarrada no pulso direito do homem e no pulso esquerdo da mulher no início de uma cerimônia. Ela simboliza benção para quem a usa. Também pode ser usada em diferentes ritos de adoração a divindades Hindus, e oferecê-la como presente é tido como um gesto de amizade. O fio também é chamado de "raksha" ou "rakhi" na cerimônia em que a irmã amarra-o no pulso de seu irmão. O irmão usa o raksha como sinal do amor de sua irmã e de seu desejo de que ele esteja em segurança.
Budismo tibetano
Fitas vermelhas também são associadas ao Budismo Tibetano em cerimônias tradicionais em que fios de algodão sagrados são atados. De acordo com artigo de Sannyasi Shraddhamurti, de setembro de 2008, publicado no newsletter do Shraddha Yoga Healing Centre, "Esta prática restaura a ordem natural das coisas e une as pessoas". Sua origem está na tradição hindu e é praticada por budistas há mais de 500 anos. Durante o ritual, um monge acende velas, coloca-as em uma peça de centro e recita escrituras enquanto os convidados seguram um pedaço do fio atado à peça central. No final, o monge e os participantes amarram os fios aos pulsos uns dos outros. As cores dos fios têm diferentes significados. Vermelho representa bravura; branco, amizade; preto, compaixão; e amarelo, fé. Acredita-se que corpo e alma estejam firmemente amarrados.
Lenda chinesa
"O fio vermelho do destino" é uma lenda chinesa. A lenda, conforme apontado pelo site Cultural-China.com, explica que duas pessoas destinadas a ficarem juntas são ligadas por um invisível fio vermelho . Ele é amarrado aos calcanhares dos dois pela divindade Yue Lao, uma espécie de cupido, responsável pelos casamentos. O fio vermelho representa almas gêmeas que um dia se casarão. Embora seja uma tornozeleira e não uma pulseira, é representativa de outra crença cultural em fios vermelhos.
Referências
- "The Red String Book: The Power of Protection"; Yehuda Berg; 2007
- Instituto de Educação e Pesquisa sobre a Kabbalah Bnei Baruch
- O Centro da Kabbalah
Recursos
Sobre o Autor
Regina Panis is a freelance writer in New York City who has been writing since 2008. Her articles have been published in "002Houston Magazine" and "Bust." Panis received her Bachelor of Science in professional writing from the University of Houston, Downtown.
Créditos Fotográficos
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