As duas principais funções da cultura organizacional

Muitas vezes, a cultura organizacional reflete os valores dos fundadores da companhia

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A cultura organizacional representa a personalidade de uma organização — a forma como "as coisas são feitas". Ela é definida como os valores informais, normas e crenças que controlam como os indivíduos e os grupos interagem interna e externamente. Uma cultura organizacional é forte quando todos estão comprometidos com os valores principais da empresa e torna-se enfraquecida quando o controle tem de ser exercido por meio de resoluções administrativas. As culturas organizacionais atendem a duas funções importantes: adaptação externa e integração interna.

Adaptação externa

Em seu livro "Cultura Organizacional e Liderança", o professor do Massachusetts Institute of Technology, Edgar H. Schein, definiu cinco elementos desse conceito. O primeiro deles é a missão. Em uma cultura fortalecida, os grupos estão comprometidos com a missão e a estratégia definidas pela empresa para lidar com o ambiente competitivo e com as outras forças externas. O segundo e o terceiro elementos são as metas e os recursos. As metas são retiradas da missão, mas são mais específicas. Por exemplo, uma empresa poderia estabelecer uma tarefa de ganhar participação de mercado, no entanto as metas incluiriam definir percentuais e prazos específicos. O terceiro elemento é o recurso utilizado para atingir as metas e inclui a especialização da mão de obra, os sistemas de remuneração e a estrutura organizacional. Quando há o consenso sobre os recursos, há menos conflitos. O quarto e o quinto elementos compreendem à medição e à correção. Com o uso de dados concretos (como demonstrações financeiras) e através de consultas internas e externas, o desempenho da empresa é medido comparativamente com sua missão, para que medidas corretivas possam ser tomadas a fim de corrigir as deficiências. A correção é um processo gradual de mudança da cultura, que é obtida administrando a resistência interna e construindo o consenso.

Integração interna

A cultura organizacional também desempenha um papel importante na integração interna. Segundo Schein, existem seis elementos-chave para a integração de indivíduos e de grupos. O primeiro é a linguagem comum. Para comunicar-se eficazmente, os membros do grupo desenvolvem um conjunto de ações e palavras que seja comum a todos. O segundo elemento são os limites do grupo: deve haver um consenso sobre quem é membro. A liderança pode estabelecer formalmente esses limites, mas eles precisam ser aprovados pelo grupo. Em uma organização madura, um indivíduo pode pertencer a vários grupos e, em cada um, ele transita como um estranho e como um "membro". O terceiro elemento é a distribuição de poder e de status, que é o processo que orienta como o poder é obtido e como um indivíduo deve lidar com a autoridade e com seus colegas. O quarto elemento é o desenvolvimento de amizades, normas e costumes dentro dos grupos. O quinto refere-se ao sistema de recompensas e punições para o cumprimento e o não cumprimento das regras. E, o último, refere-se ao modo como os grupos — usando a religião, a ideologia, as crenças e os mitos — explicam o inexplicável, como uma mudança brusca nas condições do negócio, um acidente trágico ou uma catástrofe natural.

Mecanismos

Os mecanismos de influência da cultura organizacional incluem a elaboração de sistemas e procedimentos formais, a comunicação clara da filosofia operacional da empresa e de seus valores essenciais e a forma como a gerência responde às crises e aloca os recursos.

Considerações

Uma cultura organizacional forte pode se transformar em uma barreira para a mudança e desencorajar a diversidade de ideias, promovendo um "pensamento único" no qual os membros escondem suas diferenças, em vez de adaptá-las ao grupo.

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